segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

CORONEL GASPAR O NOSSO FUNDADOR

CORONEL GASPAR
Coronel Gaspar saiu da sua terra distante e veio procurar um lugar pra morar, trouxe os familiares, muita gente. Na beira de um riacho entre serras e colinas, o riacho tinha águas cristalinas. Que lugar tão lindo, ideal, é aqui que vamos ficar. Coronel pensou, a terra vamos cultivar, muitas coisas vamos plantar, vamos fazer uma igreja para todos rezarem, terra abençoada entre a serra dourada e o rio passa três. Foi aqui que Coronel trouxe a família pra morar, terra santa Deus vai abençoar, plantou milho, plantou feijão e o resto se faltasse era só mandar buscar. E assim a cidade foi crescendo, tinha gente de todo lugar, vieram os baianos com seus jegues que nas noites não cansavam de urrar, vieram os mineiros da Serra Dourada, gente boa, que gosta de trabalhar, vieram pernambucanos e cearenses, pra na terra de Coronel morar. Coronel, homem simples, sua rotina era trabalhar. Precisamos de escola, vamos levantar, fizemos ponte, e ate uma cadeia para quem quisesse aprontar. Hoje vejo a cidade que o Coronel criou e me pego a pensar, meu Deus como é bonito, dá orgulho só de olhar, foi aqui que o coronel plantou a semente daquela cidade que muito e muito ainda há de brilhar. Vieram tanta gente com vontade de trabalhar, muita gente aqui trabalhou, fez patrimônio, botou os filhos pra estudar, muitos se fizeram doutor. Deus abençoou o lugar que escolhemos pra morar. Veio gente de longe, de muitos lugares, com seus costumes, se misturaram, assim nasceu a cidade dos homens que gostavam de trabalhar. Coronel Gaspar meu amigo particular é difícil de acreditar, mas aqui ficou o teu nome, o teu sangue e teu suor. Coronel pode deixar de Uruaçu nos vamos cuidar. Agradecemos o teu empenho e sua determinçao, Uruaçu hoje e uma cidade, talvez uma nação, nos amamos de coração. Coronel tinha família grande e todos tinham que trabalhar, Tio Neco filho teu, veja que astucia, o teu sonho era Uruaçu iluminar, fez a usina, puxou fios, pra cidade clarear, Tio Neco, por você, também tenho um orgulho, homem de empenho, veja só que engenho, fez a luz aqui chegar.
Antes era só um lugar descampado, um pouco isolado, Coronel disse, não tenha medo não, arregace as mangas, coloque um machado nas mãos, vamos fazer uma roça pra ter mantimento para nosso sustento, a vida não é mole não. Vamos levantar casa, vamos fazer estrada, vamos fazer uma igreja para nossa senhora de Santana, nossa padroeira, e o resto é besteira, homem que é homem não se assombra não. E assim a cidade foi crescendo e as ruas enchendo, cada um, escolhiam seu terreno e media sua plantação, Era festa, tinha missa, tinha novena, tinha leilão, tinha festa de São João, Eta que povo animado, arregace as mangas e faça uma oração. Cante uma cantiga de folia peça ao nosso senhor a proteção, aqui nos vamos viver, aqui nos vamos ganhar o nosso pão. Coronel Gaspar, como esse homem foi “BÃO”


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

O ATAQUE DOS GAMBAS

Isso mesmo, esta havendo um ataque de gambás em Uruaçu. Com a construção do lago, que modificou o meio por demais, as grandes lavouras de soja e cana e a criação de pastagens para bovinos, tudo isso contribuiu para que os animais estejam mudando dos seus habitats naturais pra cidades. Outro fator é a quantidade de alimentos que encontra aqui na cidade. Mas os gambás estão demais. Certo dia passando de moto quando um amigo meu me parou, esse amigo é bem popular, o famoso Carzem, colunista de jornal e agora funcionário do Banco do Brasil. Como sou veterinário e trabalho na vigilância Sanitária, me perguntou se eu tinha alguma solução para seu problema, o ataque dos gambás estava demais, eram dezenas de gambás. E o fato mais inusitado foi que uma noite Carzem estava assistindo televisão quando um gambá invadiu a sua sala. Então perguntei e daí qual o desfecho, me passou pela na hora a pergunta que o gambá poderia ter feito ao ilustre telespectador, qual o canal que você ta assistindo? O que ta passando e assim uma série de interrogações, antes de puxar uma cadeira e sentar. Mas explique o fenômeno a ele , como explicado no inicio e fui embora encucado. Mas não só esse fato merece destaque. Como minha cunhada e minha sogra moravam juntas num mesmo terreno e em casas separadas. Quando apareceram dois gambazinhos morando ali. Quando subiam na casa era uma beleza, o animalzinho apesar de fedido, armas que o animal usam pra espantar seus predadores, inclusive o homem. Você sabia que o gambá é parente do longínquo canguru da Austrália, ambos são marsupiais, ou seja, possuem bolsas na parte frontal do corpo onde carregam seus filhotes ate certo tempo e também como nós somos são mamíferos. Mas voltando a historia, os gambazinhos estavam bonitos e de pelos sedosos. Mais ate ai tudo bem. O que não prestou foram os gambás começaram a comer as galinhas da minha sogra. Sem trocadilhos, eu disse as galinhas da minha sogra e não a galinha da minha sogra que é muita gente boa, eu juro. Talvez nem fossem os gambazinhos da minha cunhada, poderiam ser outros que viriam de terras distantes. Mas a briga foi feia, minha sogra, que já não gostava da minha cunhada, quebrou o pau e disse que todas as galinhas que os gambás comecem ela ia ter que pagar. O tempo fechou e a troca de acusações continuou ate que minha cunhada resolveu mudar de casa. Mas o pior era que não apenas gambazinhos de quatros pernas apareciam por ali para comer as galinhas da minha sogra, mas também o gambá homem, a espécie mais feroz das espécies dos gambás. E todas apareciam na conta para minha cunhada. Mas a sogra exigiu e deu ultimato para seu filho que foi lá e matou os pobres gambás.
Outro dia apareceu por lá mais três gambazinhos quase adultos então me chamaram e de certa forma me exigiram que matasse os pobres diabos. Como um bom malandro demorei pra chegar e fui rezando para que quando chegasse já tivessem indo embora. Dois foram e ficou um que se escondeu entre telhas eternites que estavam encostadas no muro. Minha sogra me deu um pau, um porrete, então afastei as telhas,lá estava o pobre coitado, que olhou pra min com olhar de misericórdia e encolhido num canto, bem encolhidinho era como me dissesse, não me mate eu ainda sou tão jovem e juro que não comi e não vou comer nenhuma galinha da sua sogra, talvez serei um gambá vegetariano. Com o porrete na mão fiquei entre a cruz e a espada, de um lado a sogra e de outro, o pobre e indefeso, comedor de galinha , o gambazinho. O sentimento pela vida falou mais alto, com o porrete empurrei-lhe, esse com medo saiu correndo e entrou no mato e seu destino eu não sei. Mas de uma coisa eu sei, comprei uma briga com minha sogra, que me chamou de mole por não ter coragem de matar um gambá. Coragem eu tenho mais isso é outra historia.