Isso mesmo, esta havendo um ataque de gambás em Uruaçu. Com a construção do lago, que modificou o meio por demais, as grandes lavouras de soja e cana e a criação de pastagens para bovinos, tudo isso contribuiu para que os animais estejam mudando dos seus habitats naturais pra cidades. Outro fator é a quantidade de alimentos que encontra aqui na cidade. Mas os gambás estão demais. Certo dia passando de moto quando um amigo meu me parou, esse amigo é bem popular, o famoso Carzem, colunista de jornal e agora funcionário do Banco do Brasil. Como sou veterinário e trabalho na vigilância Sanitária, me perguntou se eu tinha alguma solução para seu problema, o ataque dos gambás estava demais, eram dezenas de gambás. E o fato mais inusitado foi que uma noite Carzem estava assistindo televisão quando um gambá invadiu a sua sala. Então perguntei e daí qual o desfecho, me passou pela na hora a pergunta que o gambá poderia ter feito ao ilustre telespectador, qual o canal que você ta assistindo? O que ta passando e assim uma série de interrogações, antes de puxar uma cadeira e sentar. Mas explique o fenômeno a ele , como explicado no inicio e fui embora encucado. Mas não só esse fato merece destaque. Como minha cunhada e minha sogra moravam juntas num mesmo terreno e em casas separadas. Quando apareceram dois gambazinhos morando ali. Quando subiam na casa era uma beleza, o animalzinho apesar de fedido, armas que o animal usam pra espantar seus predadores, inclusive o homem. Você sabia que o gambá é parente do longínquo canguru da Austrália, ambos são marsupiais, ou seja, possuem bolsas na parte frontal do corpo onde carregam seus filhotes ate certo tempo e também como nós somos são mamíferos. Mas voltando a historia, os gambazinhos estavam bonitos e de pelos sedosos. Mais ate ai tudo bem. O que não prestou foram os gambás começaram a comer as galinhas da minha sogra. Sem trocadilhos, eu disse as galinhas da minha sogra e não a galinha da minha sogra que é muita gente boa, eu juro. Talvez nem fossem os gambazinhos da minha cunhada, poderiam ser outros que viriam de terras distantes. Mas a briga foi feia, minha sogra, que já não gostava da minha cunhada, quebrou o pau e disse que todas as galinhas que os gambás comecem ela ia ter que pagar. O tempo fechou e a troca de acusações continuou ate que minha cunhada resolveu mudar de casa. Mas o pior era que não apenas gambazinhos de quatros pernas apareciam por ali para comer as galinhas da minha sogra, mas também o gambá homem, a espécie mais feroz das espécies dos gambás. E todas apareciam na conta para minha cunhada. Mas a sogra exigiu e deu ultimato para seu filho que foi lá e matou os pobres gambás.
Outro dia apareceu por lá mais três gambazinhos quase adultos então me chamaram e de certa forma me exigiram que matasse os pobres diabos. Como um bom malandro demorei pra chegar e fui rezando para que quando chegasse já tivessem indo embora. Dois foram e ficou um que se escondeu entre telhas eternites que estavam encostadas no muro. Minha sogra me deu um pau, um porrete, então afastei as telhas,lá estava o pobre coitado, que olhou pra min com olhar de misericórdia e encolhido num canto, bem encolhidinho era como me dissesse, não me mate eu ainda sou tão jovem e juro que não comi e não vou comer nenhuma galinha da sua sogra, talvez serei um gambá vegetariano. Com o porrete na mão fiquei entre a cruz e a espada, de um lado a sogra e de outro, o pobre e indefeso, comedor de galinha , o gambazinho. O sentimento pela vida falou mais alto, com o porrete empurrei-lhe, esse com medo saiu correndo e entrou no mato e seu destino eu não sei. Mas de uma coisa eu sei, comprei uma briga com minha sogra, que me chamou de mole por não ter coragem de matar um gambá. Coragem eu tenho mais isso é outra historia.
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Um comentário:
Já comi carne de gambá no sitio de minha avó, meu tios tinha armadilhas e as pegava, elas realmente comiam as galinhas no galinheiro, isso á pelos anos 50, eu tinha sete anos e passava as ferias escolares por lá, interior do RIO de Janeiro.
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